domingo, 29 de junho de 2008

Pierre Lévy

Filósofo da informação, a leitura de seu livro “O que é Virtual?” foi recomendada como um auxilio a preparação da Intervenção.Lévy nos introduz a era cibernética sem preconceitos, tenta adotar inicialmente uma postura imparcial sobre a informatização, tentando transmitir qual é a verdadeira essência dessa nova forma de saber, explicitando tanto seus pontos negativos quanto os positivos.

Para uma explicação mais aprofundada do conceito de virtualidade, que nunca é realmente revelado na obra, e sim intuído, são dadas exemplificações de casos de caráter virtual, desde os exemplos mais simples e rotineiros, que nunca foram pensados como virtualidade, até os mais abstratos, cuja compreensão é facilitada se já há um conhecimento prévio da área citada, por parte do leitor.

Um desses exemplos de virtualidade cotidiana, brilhante por sinal, é o do desvendamento das camadas da pele e do corpo humano por aparaelhos de raio x e tomografia, desvendamento de camadas que os cientistas já sabiam existir, porém não era visíveis.Isso demonstra uma certa problematização do corpo, sua virtualização.Outro exemplo simples, explorado pelos economistas, é a lógica do mercado de ações, que trata de conceitos subjetivos: as ações e o dinheiro da bolsa não são materiais ou palpáveis, por isso são baseados em decisões individuais que criam o coletivo constituite do mercado, e aí se encontra a virtualidade da situação.

Além disso, o livro trabalha também com noções do que é real, potencial, virtual e atual, demonstrando as diferenças entre potencial e real e entre virtual e atual (seu complemento, não apenas sua oposição).Trata também de interioridade e exterioridade e como um indivíduo influência o mundo que está inserido e vice-versa, trabalhando também o conceito de virtualidade privada e virtualidade coletiva.Um livro reflexivo sobre o conhecimento, cuja leitura é importante principamelte pelo fato do saber ser cada vez mais cibernético e digitalizado nesse século.

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